Filme holandês de 2014 dirigido por Mischa Kamp, Jongens (Boys: título americano; Garotos: título brasileiro) é um drama/romance de temática LGBT.
Sinopse:
Sieger (Gijs Blom) e Marc (Ko Zandvliet) são dois adolescentes que acabam na mesma equipe numa competição de revezamento. Ao longo dos treinamentos e do tempo livre, surge entre eles um grande elo de amizade que logo se desenvolve para além disso. Mas para Sieger uma relação assim não é algo tão simples. Em meio a busca de seus objetivos na competição e a conflitos familiares, ele acaba numa luta interna com seus sentimentos em relação a Marc. A dualidade entre reprimi-los, em função de um preconceito incrustado, aparentemente sutil, mas na realidade muito agressivo e danoso, ou de dar vazão a esses sentimentos enfrentando ao mesmo tempo a perspectiva de uma experiência de vida plena e sincera com Marc, mas também fora do que quase todos esperariam dele e, portanto, podendo também sofrer com isso, é o grande mote da trama.
Além de ser um filme com um bom enredo, possui uma trilha sonora invejável, uma fotografia excelente e atores que também não deixam por menos.
Uma história de amor e autodescoberta sem apelação que explora os sentimentos de forma sensível, profunda e real.
Jongens foge à regra do que é mostrado em muitos dos filmes desse nicho que estão no mercado. Digo isso pois, às vezes, o que muitas pessoas do público de filmes LGBT gostariam era de poderem assistir mais produções assim que possam ser descritas simplesmente como “leves” e tocantes sem toda a questão da luta pelos direitos, sem pessoas definhando até a morte com o HIV, ou se suicidando por não se aceitarem e/ou não serem aceitas. E Jongens ajuda a suprir essa demanda.
Apenas um adendo: não há aqui intenção de desmerecer os filmes que têm essa outra “pegada”, tanto que esses temas são extremamente válidos e há muitos, muitos mesmo, filmes LGBT excelentes que abordam essas questões. O fato é que não há tantos assim com o que parece ser a proposta mais despretensiosa (e nem por isso menos reflexiva e problematizadora) de Jongens.
Uma das coisas que particularmente mais me encantou no filme todo (além das músicas) foi a personalidade irreverente, ousada em alguns aspectos e solta de Marc e como o modo de ser um tanto mais introspectivo de Sieger dialoga com ela.
Jongens consegue ser belo, ser simples e ser intenso ao mesmo tempo.
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